ENTREVISTA AL DIRECTOR GENERAL DEL INSTITUTO GEOGRÁFICO PORTUGUÉS
ENGº ARMÉNIO CASTANHEIRA
Breve introducción de su currículum.
Arménio dos Santos Castanheira, é natural de S. Sebasteão da Pedreira, em Lisboa, nascido a 30 de Julho de 1957, licenciado em Ciências Militares, ramo artilharia, pela Academia Militar em 1981 e licenciado em Engenharia Geográfica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 1990. É coronel desde Setembro de 2003 e membro da Ordem dos Engenheiros, desde Julho de 1993, com a cédula profissional nº32615.
Prestou serviço no Instituto Geográfico do Exército, de 1986 a 1999, onde desempenhou funções técnicas, de planeamento e coordenação e de chefia. Leccionou como Professor Regente, nos anos lectivos de 95/96 e 96/97, as cadeiras de Topografia I e II na Academia Militar e, também, na Escola Superior de Polícia (actual Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna) a cadeira de Topografia durante os anos lectivos de 96/97, 97/98 e 98/99.
Tem vários trabalhos publicados no âmbito das ciências geo-cartográficas em publicações militares e civis, nacionais e estrangeira. Participou ainda com comunicações em diversos palestras, seminários e conferências organizados por associações empresariais, instituições públicas e Universidades.
Exerceu, desde 7 de Março de 2002 a 13 de Maio de 2003, as funções de Vice-Presidente do Instituto Geográfico Português (IGP).
Desempenhou funções como Presidente do IGP de 14 de Maio de 2003 a 26 de Abril de 2007. Na sequência da publicação da nova orgânica do Instituto passou a desempenhar as funções de Director-geral desde 27 de Abril de 2007.
1. ¿Qué proyectos está desarrollando actualmente el Instituto?
- Infra-estrutura Nacional de Informação Geográfica;
- Produção de Ortofotocartografia bianual alternada com pixel de 50 cm e de 10 cm. A primeira extensiva a todo o território nacional continental e a segunda aos espaços urbanos contínuos mais relevantes;
- Carta de Ocupação do Solo, com uma unidade mínima de cultura de 1 ha;
- E o mais emblemático e grandioso, o Sistema Nacional de Exploração e Gestão de Informação Cadastral com o objectivo de viabilizar a existência de um cadastro predial em Portugal, enquanto conjunto de dados exaustivo, metódico e actualizado, caracterizador e identificador das propriedades existentes no território nacional, constituindo-se como uma ferramenta indispensável para as políticas de ordenamento do território, ambiente, económicas (em particular a agrícola e a florestal), fiscal e de obras públicas.
Além daqueles projectos, e como o IGP também é um organismo de investigação, temos ainda em mãos os seguintes:
A monitorização do cumprimento do protocolo de Quioto.
O desenvolvimento de uma Plataforma de Comunicação e Informação da Floresta Europeia.
A constituição de uma Rede Colaborativa para a Formação Avançada no domínio das Ciências de Informação Geográfica.
A contribuição nacional para o projecto Corine Land Cover 2006 (cartografia de ocupação e uso do solo para a Europa, com uma unidade mínima cartográfica de 25 ha), promovido pela Agência Europeia do Ambiente.
O estabelecimento de uma Rede de Boas Práticas para promoção da Harmonização dos Endereços na União Europeia.
A Harmonização de Dados & Serviços na área do Ambiente e Protecção da Natureza.
O Desenvolvimento de uma metodologia de análise sobre a evolução da forma urbana em Portugal.
A generalidade destes últimos projectos é suportada por programas de financiamento comunitário.
2. ¿Tienen previsto realizar a corto plazo algún proyecto de Infraestructuras de Datos Espaciales?
De facto Portugal foi um dos primeiros países a apoiar o desenvolvimento de uma infra-estrutura de dados espaciais e pioneiro no uso da Internet para disseminação dos dados. Ainda hoje os conceitos subjacentes ao SNIG se mantêm válidos e provavelmente com uma maior acuidade do que nunca.
Com a criação e os desenvolvimentos recentes dos conhecidos visualizadores “universais” da Google e da Microsoft, entre outros menos difundidos, e de especificações como a WFS – Web Feature Service e a WMS - Web Map Service foi possível incrementar, divulgar e, talvez o mais importante, utilizar e reconhecer a importância da informação geográfica em sectores da actividade social e económica que até aí se encontravam dela completamente alheados.
As referidas plataformas e especificações, que acabei de referir, têm facilitado, como nunca, uma difusão e utilização indiscriminada e generalizada da informação geográfica. A consequência para os cartógrafos foi o agudizar duma preocupação que desde tempos imemoriais os acompanhou - a qualidade dos dados e a manipulação incorrecta que sobre eles é efectuada. O Instituto, confrontado com estas realidades, procurou encontrar soluções preventivas que salvaguardem a coerência dos dados e que simultaneamente tranquilizem os utilizadores quanto à sua consistência.
O Perfil MIG – Perfil Nacional de Metadados de Informação Geográfica, criado pelo IGP, teve por objectivo ultrapassar, ou no mínimo minorar, aquelas fontes de preocupação com que amiúde são confrontados os utilizadores profissionais de informação geográfica. Nesta plataforma são clarificados aspectos relacionados com a implementação da produção, gestão e disseminação dos metadados em Portugal, de forma a assegurar a correcta caracterização dos recursos geográficos e a sua harmonização com as infra-estruturas de dados espaciais portuguesa (SNIG) e europeia (INSPIRE).
O SNIG, hoje como ontem, continua a ser a nossa plataforma de Infra-estrutura de Dados Espaciais e em onde se pretende difundir, divulgar e solucionar todas as questões relativas à informação geográfica. Em princípio até ao final deste ano a nossa plataforma SNIG sofrerá uma actualização na sua estrutura de forma a melhor o seu desempenho e a torná-la mais versátil.
3. ¿El Instituto ha suscrito algún acuerdo con otros Institutos Geográficos de América Latina?
O Instituto participa em dois fora com outros Institutos Geográficos da América Latina. O mais antigo, circunscreve-se à América do Sul e junta todos os Directores dos Institutos Geográficos daquele espaço geográfico mais Portugal e Espanha. É intenção do Instituto Geográfico Nacional de Espanha, com a qual o Instituto Português concorda na plenitude, alargar à participação a todo o espaço latino-americano, desde o México até à Argentina.
Integramos ainda uma outra estrutura participativa e colaborativa, para a área do Cadastro, com a Direcção-Geral do Cadastro de Espanha e todos os países da América Latina. Esta estrutura foi constituída em 2005 em Cartagena das Índias, na Colômbia. Este ano vai realizar-se em Lisboa, nos finais de Novembro, uma nova reunião do Comité Permanente de Cadastro (CPCI) constituído em 2005, como já referi, e onde estarão presentes além de Portugal e Espanha, todos os dirigentes responsáveis pelas estruturas de Cadastro da América Latina. Serão mais de 55 elementos, a que se juntarão mais cerca de 30 participantes do Comité Permanente de Cadastro da União Europeia (PCC), e de que resultará uma reunião conjunta entre estas duas estruturas com o objectivo também de aproximar estes dois espaços geográficos – Europa e América Latina. A este propósito é de inteira justiça fazer uma referência particular à Direcção-Geral de Cadastro de Espanha e ao seu Director, Jesús Miranda Hita, pela óptima relação pessoal e institucional que tem sido fomentada e desenvolvida entre os dois organismos que tutelamos.
4. ¿Y con el Instituto Geográfico Español?
As relações do Instituto Geográfico Português com o Geográfico Espanhol são também as melhores sobre o ponto de vista pessoal e institucional. Anualmente realizamos uma reunião com o objectivo de articularmos alguns projectos comuns para as regiões de fronteira mas não invalida que outros projectos mais vastos sejam também equacionados.
A última reunião realizou-se nos finais de Setembro em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel nos Açores, e além de projectos como a ligação das redes de nivelamento entre os dois países, a ligação dos dados maregráficos ou homogeneização de cartografia foram também equacionados aspectos mais abrangentes como a produção duma carta imagem para a Península Ibérica e a participação conjunta em fora internacionais por forma a criarmos sinergias de escala e podermos mostrar aos outros países da UE o que de muito interessante temos vindo a desenvolver quanto à disponibilização de dados geográficos nas nossas páginas da Internet ou quanto às Infra-estruturas de Dados Espaciais.
5. Qué opina de las plataformas de enseñanza por Internet,
¿Cree usted que esta opción puede ayudar a los Institutos Geográficos a que los empleados tengan una formación de calidad de una manera mas económica y por tanto más sostenible?.
É óbvio!! As plataformas de ensino apoiadas na Internet são cada vez mais uma necessidade para aproximar a juventude do conhecimento. Os jovens têm uma ligação e uma proximidade daquela rede mundial que seria um erro completo por parte de quem tem a responsabilidade de tomar decisões se não aproveitasse essa plataforma para trazer os jovens para junto de nós numa perspectiva de utilizadores e difusores dos dados geográficos.
É através da web que foi possível cada vez mais divulgar e incrementar a utilização da informação geográfica. Caso exemplar é o das plataformas de mapas desenvolvidas, e a que temos acesso gratuito na net, que permitiram uma utilização, como já referi acima, e o reconhecimento da importância da informação geográfica em sectores da actividade social e económica que até aí se encontravam dela completamente alheados.
6. Como última pregunta ¿Qué le parece la iniciativa Geoinstitutos.com? ¿Podría ofrecernos unas palabras de motivación a los institutos geográficos para hacer uso de Geoinstitutos.com?
A iniciativa é a todos os títulos louvável!! É uma forma prática e interessante de aproximação e partilha de informação e conhecimento entre todo o espaço geográfico latino-americano. A informação relevante está concentrada num espaço cujo endereço é único e portanto facilita sem sombra de dúvida a ligação entre dois mundos geográficos longínquos mas que esta plataforma tem capacidade de, cada vez mais, aproximar. Aos poucos, se o Geoinstitutos.com for devidamente acompanhado e desenvolvido por todos nós, será possível converter o oceano que nos separa num simples rio transponível a vau em qualquer momento.